COM RESTRIÇÕES, RESTAURANTES ENFRENTAM PERÍODO MAIS DIFÍCIL DESDE JUNHO DE 2020
Impactos sobre consumo, mais severos na 1ª quinzena de abril, foram amenizados com reabertura
O consumo em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registrou queda de 33,2% em abril, é o que apontam os índices divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas. Os dados, calculados a partir da comparação com o mesmo período de 2019, mostram que, em contraponto, os supermercados continuam apresentando números compatíveis com o histórico pré-pandemia - a exemplo da variação apurada de apenas 0,2% no valor gasto.
Os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) mostram ainda retração de 51,4% na quantidade de vendas, impacto mais profundo desde junho de 2020 (-53,1%). Somado a isso, o número de estabelecimentos comerciais que efetivaram transações em abril de 2021 foi 6,9% inferior ao observado no mesmo mês de 2019.
“Após um ano de lançamento do Índice Fipe e Alelo, percebemos que houve melhora nas vendas dos restaurantes que chegaram a registrar uma queda de 61,9% no volume de transações, em abril do ano passado, quando comparado ao mesmo período de 2019”, destaca Cesário Nakamura, presidente da Alelo. “De qualquer forma, os números mostram que o segmento ainda sofre com as fortes restrições, alcançando os piores resultados dos índices desde junho de 2020”, pontua.
Em relação aos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os dados de abril indicam que o segmento encerrou o período com queda de 14% na quantidade de vendas, tendo como base o mesmo período de 2019. Já o número de estabelecimentos que realizaram pelo menos uma venda registou alta de 3,6%.
Segundo os pesquisadores da Fipe, ao analisar os últimos resultados, é possível concluir que o comportamento do consumo nos supermercados durante o mês de abril mostrou-se novamente resiliente ao agravamento do quadro da pandemia, bem como em relação às regras mais rígidas postas em vigor para reduzir o contágio em diversos estados e localidades do país.
Vale destacar que os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up). Ambos são calculados com base nas operações realizadas a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, em todo território nacional. Além disso, é importante assinalar que a escolha do ano de 2019 para o cálculo dos impactos do consumo se dá pelo fato de que esse ano foi a última referência completa de um período dentro da normalidade da atividade econômica, que ocorreu antes da pandemia.
Dados regionais
Em termos regionais, a análise dos resultados revela que os efeitos da Covid-19 se estenderam por todo o país, com intensidade variável segundo a aceleração ou desaceleração da pandemia em cada localidade, bem como o maior ou menor rigor das medidas restritivas impostas pelos governos estaduais e municipais sobre a operação dos estabelecimentos.
Adotando como parâmetro o valor gasto em restaurantes, o segmento mais fragilizado pela pandemia, é possível evidenciar um impacto negativo similar em 2 das 5 regiões brasileiras: Nordeste (-34,8%) e Sudeste (-34,1%). Entre as demais, a queda no valor total gasto em abril foi de, respectivamente, região Norte (-31,3%), Centro-Oeste (-30,6%) e Sul (-27,4%).
Individualmente, os estados que tiveram os piores resultados foram: Amapá (-44,9%), Tocantins (-43,5%), Bahia (-39,4%), Rio de Janeiro (-38,9%), Ceará (-37,4%) e Amazonas (-35,8%), contrapondo-se àquelas que apresentaram menor retração no consumo: Roraima (-1,2%), Acre (-5,9%), Rondônia (-6,1%), Mato Grosso do Sul (-18,4%) e Espírito Santo (-19,1%). Entre outras unidades federativas, vale mencionar os impactos registrados em: São Paulo (-33,2%), Minas Gerais (-31,9%), Paraná (-30,3%), Santa Catarina (-19,2%), Rio Grande do Sul (-31,4%) e Pernambuco (-30,3%).
Metodologia dos índices
Todos os índices foram elaborados e depurados com base em critérios estatísticos para garantir a consistência e a interpretação dos resultados ao longo do tempo:
- Amostra: todos os índices são calculados a partir de dados diários de transações realizadas em estabelecimentos comerciais distribuídos por todo o território nacional, entre 1 de janeiro de 2018 e 30 de abril de 2021.
- Valores atípicos: para evitar oscilações nos índices decorrentes de eventuais entradas ou saídas de empregadores de grande porte na base de dados, observações associadas a empresas que se enquadram nesses critérios foram desconsideradas nos cálculos.
- Sazonalidade: foram adotados os seguintes procedimentos para mitigar a influência de fatores sazonais: (i) cálculo de média móvel de 7 dias (dados do dia observado e dos 6 dias anteriores a ele), eliminando assim os efeitos dos dias úteis e finais de semana sobre as séries; (ii) identificação e filtragem de fatores sazonais relacionados ao comportamento das séries em dias específicos dentro de cada mês (1º dia, 5º dia, 10º dia...), por conta do calendário de recarga e distribuição temporal do uso dos benefícios nos estabelecimentos no período.
- Inflação: os dados relativos ao consumo em valor foram deflacionados com base na variação mensal do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Influência de outros fatores: os impactos apresentados não excluem a influência de fatores, eventos e políticas coincidentes com a pandemia sobre o comportamento e hábitos de consumo da população ao longo do período de análise. Todavia, levando-se em conta o caráter inesperado das medidas restritivas instituídas a partir de março, na maior parte das grandes cidades, bem como o padrão comportamental dos índices nos anos precedentes, é possível relacionar as variações atípicas observadas no comportamento das séries à pandemia da Covid-19.
- Frequência: todos os índices são apresentados com frequência diária para todo o período disponível da amostra, tendo por referência inicial (base 100) a média diária em janeiro de 2018. Os impactos calculados estão disponíveis para todos os dias, quinzenas e meses de 2020.
- Recorte geográfico: os impactos – apresentados como percentuais de variação dos índices em relação à média observada em 2019 – consideram os seguintes recortes: (i) média nacional (Brasil); (ii) Médias das 5 regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste); (iii) Média dos 26 estados e Distrito Federal (27 unidades federativas).
Sobre a Fipe
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe é uma organização de direito privado, sem fins lucrativos, criada em 1973. Entre seus objetivos está o apoio ao Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Possui, hoje, destacada atuação nas áreas de ensino, projetos, pesquisa e desenvolvimento de indicadores econômicos e financeiros.
Sobre a Alelo
A Alelo é uma empresa especializada em benefícios, gestão de despesas corporativas e incentivos, atuando nos segmentos de alimentação, cultura, transporte e saúde. Com mais de dezessete anos de história, é, desde 2013, líder no setor de benefícios pelo Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), da Secretária do Trabalho no Ministério da Economia. A Alelo conta com a confiança de 100 mil empresas-clientes, 8 milhões de usuários e com a maior rede de estabelecimentos comerciais afiliados do Brasil. Entre os produtos e serviços oferecidos, estão Alelo Refeição, Alelo Alimentação, Alelo Tudo, Alelo Natal, Alelo Multibenefícios, Alelo Mobilidade, Alelo Frota, Alelo Gestão de VT, Alelo Cultura e cartões pré-pagos Alelo Despesas, Alelo Pagamentos e Alelo Premiação, e Veloe.
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